Diamante de Laboratório, tudo que você precisa saber sobre essa gema revolucionária
O ano é 1954 e a então GE (General Electric) reproduz pela primeira vez na história um diamante em uma máquina que simula as mesmas condições naturais da terra (pressão atmosférica e temperatura) para formar uma gema idêntica ao diamante natural.
Mas essa revolução toda não foi o suficiente para que o projeto seguisse, o custo envolvendo todo o processo era um grande impeditivo. Algo semelhante também acontece com o ouro, que é possível recria-lo em laboratório, mas o custo é maior que o de extração da natureza.
Agora décadas depois do 1º exemplar, o mundo todo volta os olhos novamente para os diamantes de laboratório. Tiffany, Pandora, Cartier, De Beers - não faltam interessados em desenvolver suas próprias gemas.
Mas por que isso, por que agora?
É isso que vamos lhe explicar no decorrer deste texto.
O que é o diamante?
Não existe segredo algum por trás do diamante, ele não é formado por elementos raros, não é difícil de encontrar, tão pouco possui valor elevado deveria possuir valor elevado.
O diamante nada mais é que um carboneto, um mineral formado somente por carbono, assim como o grafite presente no lápis. A diferença entre um e o outro, fica por conta da pressão que um se submeteu e a alta temperatura, além é claro do fator tempo.
O diamante é a gema mais abundante da terra, pois é formado pelo elemento mais comum em nosso planeta. Só para você ter uma dimensão da quantidade, apenas uma jazida na Russia, possui alguns trilhões de quilates.
Dizem ser o suficiente para toda a história que virá da raça humana na terra.
Por que o diamante é tão caro?
O tópico anterior é o que nos leva a essa reflexão, se o diamante é a gema mais abundante em nosso planeta, por que é tão caro?
A resposta a esse questionamento nos leva aos anos 30, quando o herdeiro da joalheria De Beers tem a brilhante idéia de plantar no imaginário popular a ideia de que o diamante é uma das pedras mais preciosas do mundo.
Mas não pense que isso foi do dia para a noite, levou anos e um investimento de milhares de dólares. Filmes de Hollywood onde o protagonista presenteava a amada com um anel de noivado foram super populares na época.
Marilyn Monroe foi uma das muitas artistas de sua época que propagandeavam o diamante como 'sendo para sempre' e por isso deviam ser extremamente valiosos.
"Diamonds are Forever"
A campanha foi um verdadeiro sucesso, proletariados juntavam de 2 a 3 ordenados para poder presentear seu grande amor. E não foi só a De Beers que soube aproveitar, diversas outras joalherias famosas seguiram a cartilha e se consolidaram na época.
Além do marketing que fez alavancar as vendas de anéis de noivado pelo mundo, existe um monopólio das minas de diamantes. Mais de 80% de todas as minas exploradas atualmente pertencem a um grupo de empresas. Elas controlam a oferta e a demanda de pedras no mercado.
Mas nada é tão ruim, que não possa piorar
A verdade triste por trás de todo diamate
Em 2006 estreia o filme Diamante de Sangue, onde é contado a história de um minerador de Serra Leoa, que durante seu turno de trabalho forçado encontra um diamante rosa. Decidido a mudar de vida, ele esconde este diamante e parte em uma jornada de fuga.
Nosso protagonista é ajudado por um contrabandista, interpretado por Leonardo DiCaprio, que o ajuda a fugir da milícia e encontrar sua família.
O filme é concluído quando uma grande joalheria do Reino Unido adquire o diamante por um valor milionário. A transação é acompanhada por uma repórter que decide expor para o mundo a realidade por trás de cada gema de diamante.
Diamantes de Sangue são todas as pedras que são provenientes de regiões que passam por conflito armado, é literalmente uma pedra que diversas pessoas tiveram que morrer para que ela orne um anel de noivado, um colar, ou um par de brincos.
Atualmente é proibido a comercialização de diamantes dessas regiões, diamantes certificados por diversos institutos incluem essa informação no certificado.
Todavia, a realidade da população de onde são extraídos os diamantes, e dos trabalhadores que fazem este trabalho, é de muita dor e sofrimento.
O trabalho análogo a escravidão é o padrão nessas regiões, uma busca rápida no Google Imagens você encontra fotos de crianças menores de idades trabalhando nessa função de garimpar.
O garimpo também traz problemas inerentes a sua execução, como a degradação do meio ambiente. Toneladas e mais toneladas de terra são movidas para encontrar uma pequena pedra.
A topografia de uma região imensa é alterada, árvores são derrubadas, rios são movidos de um percurso a outro. O estrago ambiental é mais um entre os diversos problemas da exploração do diamante.
Diamante de Laboratório vs Diamante Natural
Muita gente ainda vira os olhos ao ouvir o termo "laboratório", e é compreensível, acredito que o termo não seja o mais apropriado, passa a imagem de algo sintético. Só que a realidade se impõe aos achismos.
NÃO EXISTEM DIFERENÇAS ENTRE O DIAMANTE DE LABORATÓRIO E O DIAMANTE NATURAL.
A pedra cultivada é quimicamente e fisicamente igual a natural. Como já tratamos aqui, o diamante é uma pedra com pouca complexidade de elementos, é puramente carbono.
Não há quem encontre uma diferença sequer entre as duas gemas. Somente com o auxílio de um equipamento que busca traços de nitrogênio dentro da pedra, é capaz de indicar qual é a natural.
Diamantes de laboratório também são pedras únicas, apesar de reproduzidas através de um processo padrão, esse processo não controla o resultado final. Cor, claridade e brilho variam, o que possibilita que sejam avaliadas e emitido um certificado GIA ou IGI para elas.
Quanto custa um diamante de laboratório?
Além de descobrir o que é, acredito que seu segundo objetivo aqui é saber o preço de um diamante de laboratório. E é nesse campo que a pedra cultivada brilha ainda mais sob a natural.
O CT do diamante de laboratório hoje está por volta de U$1.000,00, para uma gema VVS cor DEF, agora o CT para uma gema com esta característica natural é de U$10.000,00. Não, eu não escrevi errado, é 10x mais.
E infelizmente nem sempre você encontra um diamante nessa classificação disponível no mercado nacional, a pedra mais utilizada pela alta joalheria brasileira é VS2 cor FGH.
Diamante de laboratório é o futuro?
Ainda é cedo para dizer se estas pedras são o futuro, há cerca de 5 anos que elas surgiram de forma definitiva, hoje representam 12% de todo o mercado, com projeção de mais de 20% até o fim dessa década.
O que sabemos é que não é mais sustentável o modelo atual de garimpo de pedras, o resultado dessa exploração desenfreada já está nos afetando diretamente por meio das mudanças climáticas.
O movimento de diversas joalherias em cultivar suas próprias gemas não é coincidência, em Fevereiro deste ano (2024) mais uma grande empresa entrou no grupo, a gigante dos cristais Swarovski anunciou sua produção de diamantes de laboratório.
Mesmo que o mundo migre para as pedras cultivadas, ainda haverá pessoas que preferirão as gemas garimpadas, por acreditarem que são mais autênticas. Para essas pessoas não há argumentos que convenção do contrário.
Anéis de noivado com diamante de laboratório
A nossa relação com diamantes de laboratórios é recente, começou em Fevereiro de 2024. Quem nos acompanha a mais tempo sabe que temos uma vertente ambiental bem forte, motivo pelo qual nossas joias são todas sob encomenda - o que reduz o desperdício de matéria-prima e outros recursos.
Atualmente 90% dos nossos anéis de noivado já contam com a opção de diamante de laboratório, então além da moissanite, você pode escolher entre os dois diamantes (natural e lab).
E queremos ir além, dependendo da data que você ler este post você verá apenas Moissanite e Diamante Lab em nossos anéis e alianças de ouro. Nosso objetivo a curto prazo é se tornar uma empresa com certificação Carbon Free.
Como empresa sabemos que podemos fazer a diferença no mundo que vivemos, não existe necessidade alguma que seres humanos se submetam a trabalhos degradantes para que poucos possam ter um anel de diamante.
Contamos com você para fazer essa mudança no mundo.